por: iran alves
Um lugar para se esconder

 
 
            Últimos  dias de Pompéia. Ninguém esperava que algum dia pudesse acontecer.  Então o poderoso Vesúvio entrou em erupção e o inferno explodiu de um  límpido céu azul. A carnificina foi inacreditável. Não havia onde se  esconder. O dia 24 de agosto do ano 79 surgiu como qualquer outro dia de  verão em Pompéia, uma cidade de veraneio para romanos ricos.
A hora do almoço chegou e os lojistas fecharam as portas. Um padeiro  colocou 81 pães no forno. Um freguês colocou algumas moedas no balcão de  uma loja de vinhos. Então um súbito terremoto sacudiu Pompéia. A  maioria dos 20 mil moradores conseguiu se salvar. Porém, uma boa parte,  cerca de 2 mil, demorou demais.
As ruínas da cidade contam a trágica história. Alguns se demoraram a  enterrar valores, outros passaram momentos valiosos enchendo carrinhos  com bens – tolas bugigangas dos tesouros terrenos, para serem pegos pelo  círculo da morte em torno do Vesúvio. A forma de um homem ficou na rua  ainda com a mão cheia de moedas de ouro.
 Aqueles que saíram correndo pelos campos amarraram travesseiros ma  cabeça para protegerem-se da avalanche que o Vesúvio enviava  violentamente através dos céus. Esse era o cenário quando o Vesúvio  acordou naquela fatídica tarde de agosto, retumbante, com tremores,  lançando um rio de fogo líquido. A chuva e as cinzas desciam em cascata  sobre Pompéia. As vítimas respiravam a fatal fumaça cheia de enxofre em  seu caminho, onde um misto de chuva e de cinzas envolvera os corpos como  um gesso. Dezenove séculos se passaram e hoje ainda são preservadas as  formas daqueles que se demoraram e não foram salvos do Vesúvio.
Famílias inteiras sucumbiram, o terror da morte estampado em cada  rosto. A vida em Pompéia deu lugar ao soturno silêncio da morte. A  garçonete nunca chegou a pegar o dinheiro do freguês. Os 81 pães  permaneceram sem assar no forno. As lojas nunca mais se abriram. Os  carrinhos inúteis, cheios de bens que não seriam usados, continuavam  bloqueando as estreitas passagens. Tudo que permanece até agora serve  para nos fazer lembrar da surpresa estonteante e do erro fatal de muitos  ao fugirem para salvar a vida.
Quando pensamos no destino de Pompéia, não podemos deixar de nos  perguntar se o povo de lá havia ouvido falar em Jesus Cristo. Os  estudiosos têm poucas dúvidas de que mensageiros das boas novas tivessem  pregado por lá. Uma cruz solitária numa parede da cidade sugere que  alguns possam ter aceitado o evangelho. Mas, aparentemente, a maior  parte dos moradores não aceitou a salvação. Eu pensei muito sobre  Pompéia. O que poderíamos hoje aprender sobre a tragédia? Enquanto eu  caminhava por aquelas ruas, passando pela majestosa arena, através do  fórum, eu pensava numa relação entre a queda de Pompéia e o futuro de  nosso planeta. Será que o tempo está se esgotando para nós também?
O Novo Testamento contém 260 avisos claros, indubitáveis sobre a  crise final. Os amantes do prazer ridicularizam o pensamento de que  exista um dia do juízo, como a Bíblia predisse que iria acontecer. Lemos  no Novo Testamento: “…virão escarnecedores com os seus escárnios,  andando segundo as próprias paixões, e dizendo: Onde está a promessa de  sua vinda?… todas as coisas permanecem como estão desde o princípio da  criação”. II Pedro 3:4.
Essa atitude descuidada e insensível está começando a mudar agora. As  pessoas que pensam estão começando a acordar. Até mesmo comentaristas e  líderes políticos falam abertamente sobre o fim do mundo hoje em dia. A  própria Bíblia não deixa espaço para dúvidas: “Mas o dia do Senhor virá  como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e  os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há,  se queimarão”. II Pedro 3:10.
Vem-nos então a pergunta: Será que há fogo armazenado na terra para o  fim do mundo? Aparentemente sim. Pensemos no monte Krakatoa, por  exemplo, na costa de Java. Sua erupção, em 1883, foi o maior estrondo  que a história já registrou; o som percorreu 4.800 quilômetros. O vulcão  pulverizou um quilômetro cúbico e meio de material sólido em cinzas,  erguendo uma nuvem escura por vinte e sete quilômetros, fazendo um  eclipse no sol e finalmente envolvendo a Terra. Enormes ondas de  dezesseis metros cobriam a costa, destruindo 1.295 cidades e vilarejos.
Imagine! As erupções vulcânicas nos fazem lembrar das bombas  nucleares – a não ser o fato de que a mais espetacular explosão  provocada pelo homem parece fogos de artifício quando comparamos com as  forças da natureza. As erupções de Krakatoa através da história fornecem  provas incontestáveis do arsenal de fogo guardado no interior da Terra.  Lembra-se do primeiro juízo – da inundação do tempo de Noé?
Assim como naqueles dias as águas de dentro da Terra se juntaram com  as águas dos céus e destruíram a Terra, no juízo que está por vir o fogo  de dentro da Terra se unirá com o fogo dos céus, sob o comando de Deus.  O fogo está lá agora, aguardando o comando de Deus para ser liberado.
Estudos da atual formação de nosso planeta indicam que mais de mil  Krakatoas e Vesúvios têm abalado e destruído as fundações da Terra. As  rochas indicam que as coisas aconteceram. Nós começamos a entender por  que o profeta compara a inundação da época de Noé com o dia do juízo  final. Lemos na Bíblia: “Pelas quais veio a perecer o mundo daquele  tempo, afogado em água. Ora, os céus que agora existem, e a terra, pela  mesma palavra têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o  dia do juízo e destruição dos homens ímpios”. II Pedro 3:6 e 7.
Para a geração de Noé, destruição através da água. Para nossa,  destruição pelo fogo. É um pensamento atemorizante. Mas graças a Deus  por Sua promessa encontrada nesse mesmo capítulo maravilhoso, cheio de  esperança, apesar da destruição do que está para vir. “Mas nós, segundo a  sua promessa, aguardamos novos céus e nova Terra em que habita a  justiça”. II Pedro 3:13. Então, veja bem, o final deste mundo não é má  notícia para o povo comprometido com Deus. É apenas o começo da  maravilhosa eternidade com Ele.
Sim, Jesus virá em nuvens de brilhante glória e nos levará aos céus.  Que boas-vindas então teremos! Anjos se ajuntando ao nosso redor,  entoando cânticos de alegria. Nós nos sentaremos ante um banquete  incomparável a qualquer jantar servido na Terra. E, melhor de tudo,  Jesus nos apresentará a nosso Pai Celestial, que nos convidará a  compartilharmos de Sua linda casa. Lembre-se, nós acabamos de ler no  evangelho que haverá uma nova terra. Jesus irá renovar este planeta para  que seja puro, um paraíso sem poluição.
Agora eu gostaria de perguntar uma coisa. Por que Deus parece estar  atrasando a vinda de Jesus? Por que não cumpriu Ele a promessa de  voltar, de salvar Seu povo e destruir o mundo? Encontramos a resposta  aqui neste mesmo capítulo que parece estar repleto de informações  atuais. “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam  demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo  que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”. II Pedro  3:9.
Agora nós entendemos. Está dito nessas palavras. Jesus demora a  chegar aqui porque Deus não quer ver ninguém perecer. Ele está  esperançoso, apesar de tudo, de que toda alma perdida se arrependa e  seja salva. Já pensou no que Deus estará imaginando quando as chamas do  inferno envolverem a Terra? Será que ficará exultante como um  conquistador com o inimigo que foi derrubado sob seu poder? Oh, não! Não  mesmo. Ele estará chorando como um pai aflito. “Por que desejaram  morrer? Eu fiz tudo o que podia para salvá-los do incêndio, mas não Me  atenderam”.
Para aqueles que rejeitaram Sua graça, aqueles que não aceitaram Seu  chamado, não haverá lugar para se esconder. Mas aqueles que se entregam  ao Salvador estarão salvos das chamas, quando Deus destruir até o último  rastro de rebelião e de pecado deste planeta. Isso tudo está dito no  Novo Testamento, É a palavra de Jesus através do profeta. Veja bem! Uma  nova Terra! Nosso mundo livre da tristeza, da guerra, da morte. Não  haverá mais a praga do pecado! Deus têm planos maravilhosos para este  planeta, embora muitos não aceitem isso.
É a tragédia da rebelião. Lembro-me do que aconteceu no Monte Santa  Helena. Parecia uma montanha comum. Alta, mas não tão alta quanto às de  sua vizinhança. Então, numa manhã de março de 1980, o Monte Santa Helena  acordou e entrou em erupção, lançando vapor e cinzas a milhares de  metros em direção ao céu, uma explosão comparável ao Vesúvio queimado  sobre Pompéia. Quase 160 quilômetros abaixo, em Yakima, Washington, o  sol se escondeu ao meio-dia, deixando a cidade em total escuridão  durante várias horas.
As cinzas que lá chegaram, atingiram a altura dos tornozelos. Montana  também sofreu, à medida que a nuvem gigantesca se moveu em direção ao  leste. Aqueles que moravam perto da Santa Helena haviam tido avisos de  uma erupção iminente. Eles foram avisados. Alguns ouviram e fugiram.  Outros se atrasaram e não se salvaram. Eu penso no Sr. Harry Truman, de  84 anos, não o ex-presidente, claro, mas o dono do alojamento Santa  Helena à beira do lago “Spirit”. Ele havia vivido em segurança perto da  montanha por mais de meio século. Ninguém iria lhe dizer o que fazer.  Afinal de contas ele se gabava: “Ninguém entende mais essa montanha do  que o Harry; ela não ousará explodir em cima de mim”. Mas aconteceu.
A surpresa estonteante veio com uma explosão retumbante que lançou um  quilômetro e meio de material em direção aos céus. O pobre Harry Truman  e dezenas de outros ainda jazem lá, enterrados embaixo de toneladas de  lava vulcânica. Eles arriscaram a vida e a perderam. Eles foram  avisados, mas se recusaram a ser salvos. Por que temos tanta dificuldade  em ouvir os avisos? Se tudo fosse como Deus quer, se Ele pudesse  decidir, ninguém estaria perdido quando Jesus viesse.
Mas Deus não nos obrigará a atender Sua vontade. Ele pode apenas nos  avisar dos acontecimentos. Se nos recusarmos a atender, não há mais nada  que Ele possa fazer. O livro de Apocalipse retrata uma cena  amedrontadora para aqueles que não estão prontos para a vinda de Jesus:  “E o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então todos os  montes e ilhas foram movidos dos seus lugares. Os reis da terra, os  grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos, e todo o escravo e todo  livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes, e disseram  aos montes e rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face daquele  que se assenta no trono, e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande  dia da ira deles; e quem é que pode suster-se”? Apocalipse 6:14-16″.
Que quadro! Nós já fomos avisados do que está para acontecer. O que  Deus está dizendo? E o que os homens estão dizendo? “A ira do Cordeiro”.  Não é o que esperamos do suave Jesus. Mas está chegando a hora quando  Ele deverá erguer-se e acabar com o pecado. E todos os que se ativerem  ao pecado deverão perecer. Quem poderá sobreviver a esse dia?
 Todos os que dedicaram sua vida ao Senhor Jesus Cristo. Todos os que  crêem em Jesus o suficiente para viver com Ele de todo o coração. Você e  eu temos uma decisão a tomar, e resta pouco tempo para essa decisão.
Em outubro de 1871, o grande evangelista Dwight L. Moody realizou  encontros evangelísticos. No final de sua mensagem ele repetiu as  palavras de Pilatos: “Que farei de Jesus”? Então ele disse: “Eu gostaria  que levassem esse texto para casa com vocês e pensassem a respeito  dele. Na próxima semana nós voltaremos ao calvário e à cruz, e então  decidiremos o que fazer de Jesus”. O vocalista principal de Moody,  Sankey, começou a cantar. Mas sua canção jamais terminou. Ele foi  interrompido pela pressa e pelo som das sirenes de bombeiros. Chicago  estava em chamas. Moody lamentou: “Eu preferiria dar minha mão direita  para ser cortada, a ter dado a este auditório agora, uma semana para  pensar!”
Sim, o tempo é essencial. Que faremos de Jesus? Sua resposta a esta  pergunta decidirá onde você estará quando o fogo chegar. Se conhecer a  Jesus, você terá onde se esconder. Ficará seguro com Sua provisão e Seu  amor salvador. Talvez esteja perguntando como se chega a Deus e ser  salvo? Quer que eu explique os simples passos para a salvação? Não  devemos cansar de repeti-los. Primeiro confesse a Deus que é pecador,  que não tem competência para se salvar. Depois diga a Ele que acredita  que Jesus Cristo tenha vindo a Terra como seu salvador, e que por causa  de seu sacrifício na cruz, Ele pagou o preço total de sua salvação.  Depois, finalmente, abra seu coração e peça a Deus para aceitá-lo como  Seu filho por causa de Jesus.
Sabe, quando você abre seu coração a Deus, Ele escreve o seu nome no  livro da vida no Céu. Você fica liberado diante de Deus, sejam quais  forem os pecados do seu passado. Ele encarará você como se nunca tivesse  feito nada de errado. Na verdade, Deus o vê perfeito, assim como se  tivesse sempre feito tudo acertadamente. Com Jesus como seu Salvador,  você é adotado pelo Pai Celestial. Ele olha para você com um sorriso  orgulhoso e diz: “Este é João, meu amado filho, de quem gosto muito.  Esta é Luiza, minha amada filha, a quem amo muito”. Não porque você  tenha esse valor, é claro, mas porque você aceitou a Jesus e Ele é  valoroso.
Nós cremos nisso. Isso tudo lhe soa muito bem? Pois é o evangelho, as  boas novas para nossa salvação. Quando se tornar filho de Deus, dia  após dia continue abrindo seu coração para o amor de Deus. Ele trará  harmonia em vez de confusão e guiará você em Seu plano especial para sua  vida. Ele lhe dará preciosas vitórias para a derrota das tentações e  continuará a considerá-lo perfeito mesmo quando você falha. Então um dia  Jesus chegará nas nuvens e o levará para casa. Você gastaria disso? Eu o  convido a abrir seu coração a Deus, agora mesmo.